SELT acelera reconstrução com regime de contratação integrada

SELT acelera reconstrução com regime de contratação integrada

Diante do desafio monumental da reconstrução da infraestrutura do Rio Grande do Sul após as recentes calamidades, a Secretaria de Logística e Transportes  (SELT) está implementando um novo  formato de contratação: o regime de contratação integrado. A medida pretende acelerar as obras previstas pelo Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), conforme anunciado por Clóvis Magalhães (na foto), secretário adjunto da SELT, empossado em 9 deste mês, que participou ontem de reunião-almoço do SICEPOT-RS. Até então, Magalhães  exercia o cargo de secretário executivo do Gabinete de Coordenação de Programas e Projetos Especiais.

Magalhães destaca que o maior desafio atual é o reposicionamento sobre os processos e a reconstrução do estado, o que exige “formatos novos”. A contratação integrada, diferentemente do modelo tradicional, unifica a elaboração dos projetos (básico e executivo) e a execução da obra sob a responsabilidade de um único fornecedor. “A cultura que exercíamos anteriormente era uma cultura de construção, o projeto era uma coisa e a execução outra”, explica Magalhães. Com o novo regime, há uma ligação intrínseca entre projeto e execução, o que, segundo ele, proporciona uma capacidade operacional muito maior e um comprometimento mais sólido.

A urgência é um fator chave. Magalhães ressalta a necessidade de executar rapidamente os investimentos do Funrigs, com um prazo legal até meados de 2027 para absorver toda a capacidade de investimento do fundo, que totaliza R$ 14,4 bilhões até o final de 2027. O tempo ganho na execução é crucial, pois as obras realizadas deixam de ter o fundo como única fonte de financiamento.

Apesar das vantagens em termos de agilidade e simplificação, o regime integrado impõe novos desafios. A centralização da responsabilidade no contratado implica um maior risco para ele, que assume eventuais erros ou omissões nos projetos. Para a administração pública, há um menor controle sobre os detalhes do projeto, exigindo uma maior confiança na expertise do contratado. Magalhães reconhece que órgãos como o DAER (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem), com toda a sua estrutura, ainda carecem de quadros que precisam ser recolocados, o que adiciona complexidade ao processo.

 

Intermodalidade em Pauta

Além da celeridade nas obras, a SELT também foca na discussão intensiva da intermodalidade no transporte. “Nossa ferrovia está sucateada, precisamos redimensionar o modal ferroviário”, afirma Magalhães. O modal hidroviário também é considerado um fator importante, e a inclusão de dois aeroportos regionais na pauta da secretaria demonstra a intenção de fortalecer a malha de transportes do estado de forma abrangente, acrescenta ele..

O Plano Rio Grande, que engloba o Funrigs, prevê um total de investimentos de R$ 8.012.405.772,50, conforme informações do site oficial do plano. Este montante abrange ações e projetos de reconstrução, adaptação e resiliência climática para o estado.

A contratação integrada emerge como uma ferramenta estratégica para o Rio Grande do Sul na busca por uma reconstrução ágil e eficiente, promovendo uma nova abordagem na gestão de obras públicas e reforçando o compromisso com o desenvolvimento da infraestrutura do estado, completa Magalhães.

Investimentos do Funrigs: Um Panorama

Dados de maio de 2025 revelam o panorama financeiro do Funrigs:

  • Total autorizado: R$ 9,4 bilhões
  • Empenhados: R$ 4,2 bilhões
  • Valores liquidados: R$ 1,8 bilhão
  • Total Funrigs previsto: R$ 14 bilhões