A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) anunciou na última segunda-feira (25) os sindicatos que terão seus projetos selecionados para o Programa de Apoio a Projetos Sindicais (Prosind) 2025-2026. O montante inicial de R$ 4 milhões, previsto para financiar as iniciativas, foi ampliado para R$ 5,2 milhões pela gestão do presidente Claudio Bier.
Entre os projetos selecionados, está o do Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem (Sicepot-RS), de capacitação de mulheres operadoras de máquinas da construção pesada. O primeiro curso, realizado em Porto Alegre, reuniu 26 alunas, e uma delas já foi contratada por uma empresa do setor.
Lançado em março deste ano, com carga horária de 40 horas, o projeto contempla um curso que combina aulas teóricas presenciais, conteúdo online e prática intensiva nos equipamentos. As participantes aprenderão sobre segurança no trabalho, manutenção básica de máquinas, topografia aplicada à terraplenagem, sustentabilidade e meio ambiente, além de temas como diversidade, geração de renda e valorização da mulher no mercado de trabalho.
As idealizadoras do projeto, engenheira civil Diana Azambuja, mestre em Geotecnia, com 22 anos de experiência na construção pesada, Michelle Clos, assistente social com vasta experiência em projetos sociais fazem parte do corpo docente do curso.
Ao final, as participantes receberão certificação reconhecida pelo mercado, emitida pelas empresas Senescentis e Diana Azambuja, com assinatura conjunta do Sicepot.
A engenheira Diana ressalta a importância do engajamento genuíno das empresas de construção pesada na contratação dessas profissionais. ” A iniciativa ganha relevância diante da crescente demanda por operadores no mercado”, destaca.
A próxima edição do curso será realizada em Passo Fundo, entre os dias 13 e 17 de outubro, na sede da SLC Máquinas, que cedeu suas instalações para o evento.
Presidente do Sicepot-RS, Rafael Sacchi recebeu “com grande satisfação a aprovação do projeto de formação de mulheres operadoras pelo Prosind”. Essa iniciativa, que já existe em outros estados, é inovadora e valoriza a inserção feminina no mercado da construção pesada, historicamente dominado por homens, acrescentou.
Com o avanço da tecnologia, o trabalho na área demanda mais inteligência e precisão do que força bruta. A aprovação deste projeto é de grande valor, e reforça o nosso compromisso com a capacitação e a igualdade, continuou Sacchi.
“O SICEPOT não realizou este projeto sozinho, ele é fruto da colaboração com idealizadores e parceiros do setor. Seguramente, vamos conseguir apoio de mais empresas para garantir a continuidade deste projeto, que é fundamental para suprir a carência de mão-de-obra e promover um mercado de trabalho mais inclusivo e diverso”.
