Os anos de 2025 e 2026 vão entrar para a história do setor de logística e transportes do Rio Grande do Sul. Ao todo, serão investidos mais de R$ 3,83 bilhões, dos quais R$ 3,1 bilhões em obras de reforço climático e R$ 731 milhões em dragagens, hidrovias e infraestrutura portuária.
Todos os recursos são provenientes do Funrigs, que viabilizou o programa de recuperação, Plano Rio Grande, o mais célere do Brasil em relação à maior catástrofe climática do Hemisfério Sul que impactou 13,7 mil km de rodovias. Foi o que afirmou hoje o secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, durante o Café da Pesada, promovido pelo Sicepot-RS.
Costella também destacou os investimentos de R$ 91 milhões aplicados na recuperação de nove pontes que foram atingidas pelas cheias em maio do ano passado. Uma das obras mais emblemáticas, segundo ele, foi da ERS-130, entre Lajeado e Arroio do Meio, que foi concluída em apenas sete meses, com investimentos de R$ 22,8 milhões. “Além da rapidez na entrega, essa ponte ganhou um projeto totalmente inovador, com 5 metros mais alta, mais extensa com 172 metros, no total, e mais segura com faixa de pedestre e ciclovia.
O secretário destacou que o RS retomou a capacidade de investimentos após as reformas feitas pelo governo que colocaram em dia as contas do estado. Somente em 2024, o Daer investiu mais de R$ 1,7 bilhão do Tesouro do estado nas rodovias gaúchas sem a necessidade de financiamento ou empréstimo. O volume é 11 vezes maior do que a autarquiainvestia anualmente, elevando a qualidade da infraestrutura de transportes.
Sobre o Plano de Obras de 2025, Costella também celebrou a conclusão de 27 acessos municipais, tendo sido iniciados 20 e 15 a iniciar, o que indica para 2027 a conclusão de todos os acessos. “O ano de 2025 vai encerrar com um avanço em todos os setores, tanto em acessos municipais e ligações regionais, bem como na conservação de rodovias, o que irá representar o início de um novo ciclo da infraestrutura do RS, devolvendo o estado à sua capacidade de atrair investimentos”, afirmou. “É preciso que se diga que em 2019, ainda havia 69 municípios sem acessos asfálticos, um déficit que será erradicado totalmente em 2027, quando todos os 497 municípios estarão com seus acessos concluídos, possibilitando maior dinamismo à economia gaúcha”.
O governo do estado vende mal as suas obras no setor
Nilto Scapin , vice-presidente do Sicepot, chamou atenção para os investimentos que estão sendo realizados pelo governo do estado na infraestrutura gaúcha. “A minha opinião é de que o governo do estado vende mal o volume de obras em execução no RS. Sou um privilegiado ao ser informado nessas reuniões, mas a sociedade não sabe. Falta um programa de divulgação, mostrando a grandiosidade dessas obras, o que poderia ser feito por meio de microrregiões para que a sociedade tome conhecimento”.
Gestão de rodovias
Em outro aparte, Nelson Sperb Neto, diretor do Sicepot, reportou recente participação em encontro em São Paulo, onde tomou conhecimento de projeto pioneiro que está transformando a gestão das rodovias estaduais de Minas Gerais, por meio de parceria entre o Departamento de Estradas de Rodagem de (DER-MG) e o aplicativo Waze. Por meio desse programa,dados enviados pelos próprios usuários são utilizados para identificar, em tempo real, ocorrências como buracos, acidentes, engarrafamentos e alagamentos.
Presente na reunião, o diretor geral do Daer, Luciano Faustino, observou que a medida está em estudos pelo Daer, que pretende implantar programa semelhante no estado.
Fundo de financiamento para Sul/Sudeste
Já o presidente do SICEPOT-RS, Rafael Sacchi, lembrou a extinção dos incentivos fiscais previsto pela reforma tributária, defendendo a proposta de emenda à Constituição que prevê a criação de um fundo de financiamento para as regiões Sul e Sudeste, nos moldes dos existentes no Centro Oeste e Nordeste. Sacchi defendeu ainda o direcionamento dos recursos de emendas de bancada para a infraestrutura “e não para projetos individuais como ocorre atualmente”.
Sacchi ressaltou que “a logística será o grande diferencial competitivo do RS a partir da extinção dos inventivos fiscais”.
Hoje – continuou- o estado enfrenta um sério déficit em infraestrutura, o que reduz sua competitividade. Temos somente um grande aeroporto, um porto e uma linha férrea, da empresa Rumo, cuja velocidade é de 12 km, o que até um ciclista com pouco esforço pode superar. Por isso, temos urgência em novos investimentos, dado que o governo federal investe apenas 0,71% do PIB no setor, o que exige um investimento anual de 2,2% do PIB em 20 anos”.