Em uma operação inédita no estado, a recuperação das rodovias gaúchas atingidas pelas inundações, no período entre abril e maio do ano passado, mobilizou uma força-tarefa histórica. Mais de 80 empresas privadas locais e de outros estados, de médio e grande porte, e de algumas radicadas em municípios, com a coordenação de autoridades dos governos federal e estadual, além de dezenas de servidores do DAER e do DNIT, uniram-se em um mutirão sem precedentes para restabelecer a malha viária gaúcha. O resultado foi a liberação de quase todos os pontos de bloqueio, com apenas dois trechos ainda em recuperação, dentre os mais de 500 inicialmente afetados, segundo informa o presidente do SICEPOT-RS, Rafael Sacchi.
“Foi gigantesca essa mobilização do setor que investiu de forma antecipada em máquinas e na contratação de pessoal para atender às demandas em tempo recorde”, acrescentou.
Sacchi prevê a restauração completa da infraestrutura de transportes a patamares anteriores às inundações em um período de até 36 meses. “ Em um primeiro momento foi feita a limpeza de pistas e de centenas encostas em que houve deslizamentos. Agora devemos seguir com a contratação de obras de estabilização dessas encostas em e demais reconstruções para deixar as rodovias com total trafegabilidade, dado que algumas delas ainda permanecem com uma pista somente”.
No âmbito das rodovias federais afetadas pelas cheias, o Dnit licitou cerca de R$ 2 bilhões de obras emergenciais, cujos projetos executivos estão sendo elaborados. O Daer, de sua parte, está em via de contratar, entre 10 a 15 lotes, de cerca de R$ 2,3 bilhões. Atualmente estão sendo aplicados cerca de R$ 1 bilhão em obras emergenciais, com recursos do Funrigs, oriundos de não pagamento da dívida com o governo federal para a recuperação da infraestrutura.
“Ao total , as rodovias gaúchas deverão receber cerca de R$ 4,5 bilhões de investimentos em obras emergenciais, incluindo o Daer e o Dnit”, afirma Sacchi.
No ano passado, em obras convencionais, o Dnit aplicou R$ 1,7 bilhão nos rodovias gaúchas, devendo investir cerca de R$ 1 bilhão neste ano. De sua parte, em 2024 o Daer aplicou mais de R$ 1bilhão em contratos convencionais, como acessos municipais, integrações regionais e manutenção de rodovias. Nos últimos quatro anos, segundo Sacchi, somente o Daer investiu cerca de R$ 3,6 bilhões nas rodovias estaduais, com uma média de R$ 900 mil por ano, valor considerado recorde.