O empresário Rafael Sacchi foi reconduzido à presidência do SICEPOT/RS (Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem no Estado do Rio Grande do Sul) para o triênio 2025-2027, em cerimônia de posse na noite de segunda-feira, 29 de setembro, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre.
Em seu discurso, Sacchi fez um balanço do mandato anterior (2023-2025), marcado por quatro série de catástrofes climáticas. “O período que se encerra foi, sem dúvida, um dos mais desafiadores da história recente. Vivemos quatro grandes eventos de cheias que castigaram nosso estado, culminando na tragédia de maio de 2024,” afirmou.
O presidente reeleito destacou que os eventos extremos serviram como uma “prova de fogo” para o setor, expondo a fragilidade da infraestrutura gaúcha e a necessidade urgente de atuação da iniciativa privada.
“A primeira necessidade do estado foi reconectar-se com o resto do mundo. Tínhamos cidades isoladas, o estado isolado,” relembrou Sacchi. “A fragilidade nos mostrou a importância vital da atuação do setor privado. Foi a nossa capacidade de mobilização que permitiu a reconstrução emergencial de pontes e rodovias. E, que fique claro: ainda há muito a ser feito.”
Dirigindo-se aos representantes do poder público, Sacchi sublinhou o papel complementar da indústria. Ele elogiou a dedicação dos servidores de órgãos como DAER, DNIT e EGR, mas ressaltou a diferença fundamental de funções.

Diretoria 2025-2027
“Eles detêm a chave da gestão, a chave da regulação. Mas eles não detêm a chave da máquina que transforma projetos em realidade. Quem tem a capacidade de ‘ligar a máquina’ e, de fato, transformar a grande infraestrutura em ação é o setor privado. E esse é o nosso papel”, declarou, enfatizando a importância da união entre todos os entes.
Para o triênio 2025-2027, o líder do SICEPOT/RS projeta um período ainda de grande esforço de recuperação, enfrentando desafios como a escassez de recursos, a falta de mão de obra especializada e a dificuldade na cadeia de suprimentos.
Sacchi também mencionou a necessidade de renovação no setor. “Lembro-me de quando entrei nesta Casa, aos 35 anos, o mais jovem diretor. Essa é a ideia que precisamos nutrir: a renovação. Precisamos de energia nova, de gente com vontade e de coragem para inovar,” concluiu.
Ao final, Sacchi agradeceu o novo voto de confiança, reafirmando seu compromisso de continuar “brigando por uma nova e mais robusta infraestrutura para o Rio Grande do Sul.”
Portella valoriza a importância da classe política

Em seu discurso de posse como presidente reeleito da Associação Rio-Grandense de Empreendedores de Obras Públicas (AREOP), Ricardo Lins Portella Nunes centralizou sua fala na importância da classe política para a recuperação do estado e do país, e fez um apelo incisivo por um aumento drástico no investimento em infraestrutura.
Portella iniciou suas declarações prestando homenagem aos agentes políticos, a quem chamou de “pessoas chaves na recuperação do RS.” Ele destacou que a aprovação de “reformas impopulares que se mostraram depois populares” foi crucial, pois “recuperou o estado que se tornou capaz de receber investimentos.”
“A gestão política é central no mundo em que nós vivemos. Então eu valorizo as pessoas dos políticos,” afirmou Portella, mencionando a presença de “vários políticos de grande gabarito,” incluindo o engenheiro e ex-político, Luiz Roberto Ponte, a quem saudou como um “grande político e depois grande empresário.” O presidente reeleito da AREOP sublinhou que é a “classe política que vai dar continuidade às reformas que fará este país se desenvolver e o estado também.”
O discurso também fez um retrospecto da trajetória do estado, mencionando a longa deficiência de infraestrutura e o déficit acumulado ao longo de cinco décadas. Portella reconheceu o trabalho iniciado no governo de José Sartori e acelerado no governo Eduardo Leite, que, segundo ele, permitiu melhorias e atraiu investimentos.
Apesar dos avanços, o empresário não deixou de lado a devastação causada pelas recentes enchentes. “Muita coisa foi perdida na cheia, tivemos a criação de um fundo para a reconstrução, mas há muito para fazer,” pontuou Portella, que logo em seguida apresentou a urgência de elevar o patamar de investimento em infraestrutura.
“Se nós não levarmos o valor que hoje é de 0,5% do PIB em infraestrutura e passarmos para 2% a 2,5%, não faremos esse país ficar grande novamente,” alertou.

Presidentes da AREOP e SICEPOT-RS
Para alcançar este objetivo, Portella reiterou a necessidade de apoio e alianças. “Para isso dependemos de vocês que são os políticos,” disse, estendendo o pedido ao associativismo. Ele destacou a FIERGS como uma “parceira das boas causas,” e associou a AREOP ao SICEPOT, ressaltando a atuação “incansável das entidades no enfrentamento das prioridades do estado”.
Além de lideranças empresariais, o evento reuniu mais de 200 pessoas representantes de várias áreas do setor de infraestrutura do estado. Estiveram presentes a prefeita em exercício de Porto Alegre, Betina Worm; a representante da Câmara de Vereadores, de Porto Alegre, Comandante Nadia, da Assembleia Legislativa, deputada Delegada Nadine; da Câmara Federal, deputado Luis Carlos Busato, e o Secretario de Transportes e Logística, Juvir Costella, representando o governador Eduardo Leite.