Por que é preciso investir em infraestrutura robusta para garantir um futuro resiliente ao RS?
No Rio Grande do Sul, o termo “resiliente” tem sido amplamente utilizado para descrever as obras de infraestrutura em andamento. No entanto, é importante distinguir o conceito de resiliência no contexto da engenharia e da sociedade.
Em engenharia, todas as obras são inerentemente resilientes, projetadas para resistir a desafios específicos. O que estamos testemunhando no RS é um aumento nos padrões de exigência para novas construções. As obras estão sendo planejadas com maior robustez para suportar eventos climáticos extremos, como chuvas intensas e elevação do nível da água, protegendo encostas e taludes de maneira mais eficaz.
É preciso reconhecer que a engenharia possui limites entre custo e benefício. Não é viável projetar obras para resistir a eventos de magnitude infinita. O objetivo é alcançar um equilíbrio que ofereça segurança e proteção adequadas, considerando os recursos disponíveis.
O termo “resiliente” se aplica com mais precisão à população gaúcha, que demonstrou resiliência e solidariedade ao enfrentar as recentes adversidades climáticas. Os cidadãos se uniram para superar os desafios, reconstruir suas vidas e comunidades, e contaram com o apoio de pessoas de outros estados.
O Rio Grande do Sul tem a responsabilidade de adaptar sua engenharia e planejar obras mais estruturadas, capazes de resistir a eventos climáticos cada vez mais frequentes e intensos. Isso significa ajustar os parâmetros de cálculo e projeto para garantir a resiliência das novas estruturas.
O Estado está em um momento crucial para garantir a segurança de seus cidadãos e empresas. O risco de evasão populacional é real, como evidenciado pela perda de representação na Câmara de Vereadores de Porto Alegre porque a população diminuiu em relação ao último censo. Saímos de 36 para 35 vereadores. E isso pode se refletir também na Assembleia Legislativa no próximo pleito, talvez até na Câmara Federal.
Por isso temos de cuidar para não sofrer evasão de empresas, de pessoal qualificado. Então precisamos garantir a segurança que transcende o aspecto patrimonial, a segurança física e trata do aspecto de segurança de vida. Como ocorreu recentemente quando pessoas foram levadas pelas correntezas. A evasão de talentos e empresas pode comprometer a competitividade da economia gaúcha.
É fundamental investir em infraestrutura robusta para criar uma base sólida para a economia do estado. A indústria, responsável por 55% da arrecadação estadual, precisa de mão de obra qualificada para se recuperar e prosperar, assim como o comércio e o agro. A retenção de talentos e a melhoria da infraestrutura são essenciais para reduzir custos de produção e manter o Rio Grande do Sul entre os principais estados do país.
Texto: Rafael Sacchi
Edição: Milton Wells