O Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), ferramenta que foi elaborada e constantemente atualizada pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), com objetivo de uma definição de custos padronizada para montagem de orçamentos de projetos e licitações de obras públicas foi um dos temas debatidos na 24º ENACOR ( Encontro Nacional de Conservação Rodoviária) e 47ª RAP v ( Reunião Anual de Pavimentação), realizada em Bento Gonçalves.
No evento (veja foto), Eliane dos Santos (Daer) fez uma análise sobre a migração da autarquia para a tabela Sicro ocorrida no ano passado e das dificuldades de adaptação às novas composições de preço.
Luciano Perin (SBS Engenharia) informou sobre o uso do software Compor 90 como sistema de orçamento e planejamento de obras. E Ana Marilia Julião Terbal Gularte (Sicepot) avaliou a evolução do Sicro 1 para o atual.
Entre as varáveis utilizadas pelo Sicro para a elaboração de preços, de parte dos representantes de empresas houve um consenso em relação aos itens que correspondem à rubrica de produtividade e dos itens Fit ( fator de interferência de tráfego) e Fic (fator de interferência de chuva) que incidem na formação de preços.
Ana Gularte defendeu um reestudo tanto do Fit como do Fic pelo fato de o Sicro não refletir a realidade respectivamente do tráfego e dos dias de chuva. “O Sistema utiliza como parâmetro, no caso do Fit, até 11 mil veículos/dia, mas somente no trecho entre Porto Alegre e Novo Hamburgo são mais e 14 mil veículos/dia”, pontuou.
Na sequência também demonstrou que o Fic não considera os dias parados. “ Na composição de preços, o Sicro inclui apenas os dias de chuva e isso não reflete a realidade”, acrescentou.
Outra questão apontada pelos integrantes da mesa que necessita de atualização foi a produtividade nos itens fresagem, pavimentação de blocos e CBQU. “Apesar da evolução da tabela em relação ao Sicro 1 é preciso reajustar a produtividade, além do Fic e do Fat”, concluiu Ana Gularte.
O evento contou ainda com o engenheiro Julio Xavier Bertulio (SINFRA/MT) que abordou a questão dos desequilíbrios de obras públicas no que se refere aos insumos. Luciana Nogueira Dantas (ABPv/DNIT) foi a moderadora.