Problemas não faltam quando o assunto é mobilidade urbana. De acordo com a Global Traffic Scorecard até 2025 mais de 4,6 bilhões de habitantes estarão em cidades e, em 2050, haverá mais de 67,1 trilhões de passageiros por quilômetro em trânsito.
Foi nesse cenário que a Dygi, uma startup de Santa Catarina, se moveu no sentido de fornecer dados que ajudam as prefeituras a melhorar a segurança, a comunicação e o controle do trânsito.
Por meio de uma experiência tecnológica que engloba a veiculação de anúncios publicitários, em formato de vídeo, além da coleta de dados por meio de câmeras, a empresa vem subsidiando prefeituras com informações sobre o trânsito as quais beneficiam a mobilidade desde o motorista, o pedestre , o ciclista até o comércio e demais serviços.
Eduardo Schuler, sócio – fundador da empresa, em palestra sobre Mobilidade urbana, economia e tecnologia: a revolução Dygi para as cidades inteligentes, nesta quarta – feira em Bento Gonçalves, na 24º ENACOR ( Encontro Nacional de Conservação Rodoviária) e 47ª RAP v ( Reunião Anual de Pavimentação), lembrou que, no momento, existe uma disputa muito grande pela atenção das pessoas. E isso acaba distraindo os motoristas, causando acidentes e risco de vida.
Entre as soluções que a empresa desenvolveu, em linha com as cidades inteligentes, são utilizados anúncios em plataformas com tela ao lado dos semáforos. Quando a luz está no verde, a tela é desligada, e quando acende a luz vermelha são transmitidos anúncios de empresas da região em que está localizada a prefeitura.
Além disso, por meio de uma câmara instalada ao lado tela, são captados todos os dados do trânsito que depois são doados à prefeitura da cidade, assim como os semáforos. Todos os custos dos pontos onde o sistema está instalado são bancados pela própria empresa por meio da captação de anúncios. Somente no mês de junho os anúncios dos clientes da Dygi impactaram mais de 854.000 veículos.
Desde 2019 no mercado, a Dygi dedicou o primeiro ano totalmente à pesquisa sobre o tema, ouvindo especialistas em trânsito, sobre a legislação e demais informações, além de um feed-back sobre as soluções adotadas.
Atualmente, a empresa opera com as prefeituras de Braço Norte, São Joaquim e Urubici, todas de Santa Catarina, onde vem obtendo resultados tanto em segurança como na organização do trânsito. “Graças ao sistema é possível obter os ciclos de fluxo do trânsito e isso permite programar a sinalização de acordo com a demanda”, diz Schuler, que garante: “Não existe, no mundo, hoje, nenhuma empresa que realiza esse tipo de trabalho. Literalmente, criamos um novo mercado”.
Formado em administração e marketing, Schuler, 35 anos de idade, dirige a empresa com mais dois sócios. Ao total, a Dygi opera com 20 colaborados entre empregos diretos e indiretos.
Com cerca de 20 novos contratos em perspectiva, a Dygi já recebeu pedido de informações de empresas da Áustria e de Dubai, dos Emirados Árabes Unidos.
O que é uma cidade inteligente
Há muitas maneiras de conceituar uma cidade inteligente, mas qualquer iniciativa de sucesso terá como alvo cinco áreas básicas de forma holística e integrada: infraestrutura de backbone; estruturas de liderança da cidade e da comunidade; prestação sustentável de serviços; desenvolvimentos em tecnologia e inovação; e infraestrutura social da comunidade. No Brasil, há em torno de trinta cidades inteligentes, contudo, de acordo com um ranking geral do Connected Smart Cities, as que mais se destacam são: São Paulo (SP), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Brasília (DF) e Vitória (ES).No mundo as 10 primeiras cidades do ranking são: Tóquio (Japão), Londres (Reino Unido), Nova Iorque (Estados Unidos), Zurique (Suíça), Paris (França), Genebra (Suíça), Basiléia (Suíça), Osaka (Japão), Seul (Coréia do Sul) e Oslo (Noruega)